domingo, 11 de outubro de 2015

João Paulo Rodrigues: "Agora sim, já sou um apresentador"



Há quase dois anos nas manhãs da SIC, João Paulo Rodrigues concilia a apresentação e a comédia com a sua primeira experiência profissional na música. Ainda assim, vai ter tempo para concluir o curso de Direito.



Venceu A Tua Cara Não Me É Estranha em 2012,o programa que deu a conhecer a sua voz à maioria dos portugueses. Porquê que só passados três anos decide ter a primeira aventura profissional na música?
Achei que não devia ser logo a seguir ao programa porque não queria ser aquele rapaz que sai de um concurso de televisão e agora tem que fazer um disco. Não gosto de fazer as coisas à pressa, gosto de as fazer o melhor que consigo. Achei que devia esperar, ouvir opiniões, ideias, propostas. Entretanto achei a pessoa certa para fazer este projeto comigo, o Rui Fingers. E este disco surge da insistência das pessoas que queriam que continuasse a cantar, nunca foi uma coisa que tivesse pensado fazer profissionalmente. Desde cedo que o faço e que me dá muita alegria, mas nunca pensei nisso de uma outra forma. Até ao programa só fazia espetáculos de comédia, depois de A Tua Cara Não Me É Estranha a minha agência começou a receber convites para ter espetáculos onde só cantasse. Na altura, criei uma banda para que me acompanhasse nesses espetáculos, mas as pessoas queriam que cantasse músicas minhas, que fizesse um disco para terem em casa. A ideia foi crescendo e amadurecendo e chegou a um momento em que disse "vou fazer um disco".
Porquê a escolha do tema "Teu", que já tem 20 anos, para primeiro single de apresentação do álbum?
Queria cantar este tema porque de uma forma orgânica ganhou vida. Transformou-se na música da vida de muita gente. Sem saber como, foi parar à internet. Foi uma música que nas duas versões que fiz, foi vista no Youtube mais de 6 milhões de vezes. Achei que era a música ideal para terminar um ciclo que começou com A Tua Cara Não Me É Estranha de imitações e a primeira de outro porque também vai estar no meu álbum, numa faixa bónus.
Qual foi a inspiração para esta música?
Tinha feito dezassete há uns meses e regressado de Moçambique há um mês. Andava meio perdido, ainda a habituar-me ao tempo frio que em Fevereiro faz no Porto e estava a regressar ao contacto com os amigos que, apesar de nunca lhes ter perdido o rasto - porque nos escrevíamos, por carta, claro, já que o Facebook estava longe de ser inventado - já não abraçava há mais de um ano. No entanto, e apesar da excitação que os reencontros produzem, sentia-me vazio, deslocado. Faltava-me qualquer coisa. Faltava-me tanta coisa... Apercebi-me que tinha voltado, mas eu ainda lá estava! Esta música, que se tornou a música de tanta gente nestes vinte anos, nasceu deste estado de alma, desta insatisfação. Estava na casa da minha avó, peguei na guitarrinha e pus-me a tocar. De todas as músicas que fiz na altura, esta foi a única que gravei num CD e dei a amigos. Sei que foi através disso que a música foi parar à internet, não sei é quem foi. Era a música que eu tocava para amigos, para as namoradas...depois de gravar em estúdio, dei alguns CD"S a amigos e uma namorada. Só sei que perdi a conta a quem dei o CD e alguém pus aquilo na internet.
Para quando está previsto o lançamento do álbum?
Para o início do próximo ano. As pessoas podem esperar baladas do género do Teu. Vai ter uma mistura de rock com soul. Antes disso, muito em breve, vou lançar o videoclip da música.
Humorista, apresentador e também cantor. Já disseste em tempos que a música entre todas estas vertentes profissionais é o que mais te realiza. Ainda continua a ser?
Sim continua a ser. Mas gosto muito de fazer o que faço nas outras áreas. Todos os dias descubro mais uma razão para continuar a ser humorista e apresentador. Gosto de aprender a comunicar e de estar com as pessoas. Quero continuar a fazer isto. Quero fazer mais coisas na área da apresentação. Gostava de ter um late night show que permitiria mostrar todas as minhas valências: cantar, apresentar, fazer comédia, o chamado one man show. Nos EUA este género de formatos existe com muita frequência. Mas estamos a falar de vários milhões de pessoas, é um mercado muito maior.
Era o maior desafio que lhe podiam apresentar nesta fase?
Adorava fazer e já várias vezes disse isso mas também tenho consciência que ainda não estou preparado para o fazer. Tenho ainda muito caminho para andar e muitos anos para aprender. Até daqui a um dia, talvez daqui a 10 anos, estar mesmo preparado.
Queridas Manhãs estreou há um ano e meio, no dia 3 de fevereiro do ano passado. Naquela altura disse que não se considerava um apresentador. E agora passado este tempo todo já se considera?
Sim, agora sim, já sou um apresentador. Sou um apresentador aprendiz. Antigamente era um humorista a aspirar a apresentador. Como aprendiz que sou tenho que escutar muito, parar para ouvir a Júlia que me ensina muito. Ouvir a opinião dos meus colegas de redação, saber o que eles pensam que seria o melhor para fazer, porque no fundo nós somos os responsáveis por mostrar o trabalho deles. Tenho muito ainda para aprender, ouvir quem já faz isto há muito tempo. Dizia que nunca me consideraria apresentador até ao dia em que tivesse que apresentar o programa sozinho.
O que já aconteceu este verão pela primeira vez...
Sim apresentei o programa sozinho durante duas semanas. A Júlia foi de férias três semanas e eu tive duas a apresentar sozinho. As férias da Júlia coincidiram com as da Rita, por isso ela não podia apresentar.
Foi a altura certa para dar esse passo? No ano passado ainda não estava preparado?
Não. Provavelmente no ano passado teria desmaiado quando começasse a primeira entrevista. Este ano sentia-me preparado e depois das duas semanas sozinho saí de lá ainda mais preparado.
A Júlia tem sido a melhor professora que alguma vez podia ter?
Completamente. Muitas vezes estou calado só para ouvir a Júlia e só para aprender e ela nem se dá conta que sem estar a dizer-me como é que se faz me está a ensinar. Estar em silêncio é das melhores formas de aprender.Tenho aprendido muito com ela.
Vocês criaram uma ligação que ultrapassa a parte profissional. São muito próximos?
Ela foi minha mãe noutra vida, nós dizemos muitas vezes isso. Não é uma relação que tenha anos e anos mas criámos uma ligação muito forte. Desde o dia 3 de fevereiro do ano passado que constatámos que fomos feitos um para o outro. É muito difícil trabalhar em dupla porque sem querer estás a cortar a pergunta à outra pessoa, estás a interromper. O que acontece connosco é que já sabemos o que é cada um de nós vai perguntar. Já chego ao cúmulo de saber o que é que ela está a pensar dizer. Isto é uma coisa muito especial que se ganha ao longo de muitos anos. Por exemplo, já trabalho com o Pedro há 15 anos e demorou alguns anos até nós estarmos em sintonia em cima de um palco. Sei exatamente a dificuldade que existe em trabalhar com um parceiro, com a Júlia aconteceu logo no dia 1. A minha mulher diz-me muitas vezes assim 'a Júlia foi a melhor coisa que te aconteceu na vida' e eu concordo.
Qual é o balanço que faz de um ano de Queridas Manhãs?
Em audiências tem estado sempre a subir o que prova que as pessoas estão do nosso lado. As pessoas que nunca tinham vindo picar o programa à SIC e espreitam, ficam, é isso que as audiências têm mostrado. Para além disso as pessoas saem daqui genuinamente bem dispostas. Depois os temas que são aqui tratados são trabalhados sempre com um propósito positiv, apesar de ser um programa típico de day time é diferente. A energia positiva que sai daqui passa para as pessoas. Não somos adeptos do coitadismo, não é 'agora temos que mostrar imagens tristes só porque as pessoas gostam de ver o sofrimento dos outros'. Nós temos uma equipa no programa que só existe para ajudar as pessoas e temos conseguido ajudar muitas. Envolvemos toda a gente que faz parte do programa, incluindo os próprios anunciantes. As pessoas em casa podem achar pouco o que vamos fazendo, 'ah mas o que a pessoa precisa mesmo é de trabalho'. Certo mas também não conseguimos fazer tudo, muitas vezes, uma pequena ajuda que é dada já é muito importante na vida das pessoas.
Quando sai do programa, vai no caminho para casa a pensar nas histórias que ouve no programa?
Todas as histórias mexem comigo e vão comigo para casa. No início ficava mais tempo a pensar nelas, agora tento não pensar tanto porque senão entro numa depressão profunda e tenho uma família para quem preciso de estar bem, a minha mulher, a minha filha e quero ter ainda mais filhos. Temos mesmo que inventar mecanismos de defesa. Todos os dias ouvimos histórias muito marcantes e tristes. Por exemplo, nós tivemos aqui um caso de uma rapariga que, infelizmente, não venceu a batalha contra a hepatite B. Só depois do programa em que ela cá esteve é que as coisas começaram a mexer e os doentes conseguiram ter acesso ao medicamento que custava mais de 140 mil euros, uma coisa inacreditável.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

João Paulo e Júlia festejam o 23.º ANIVERSÁRIO DA SIC

O canal de Carnaxide fez, dia 6 de Outubro, 23 anos e as caras da estação juntaram-se para cantar os parabéns.



A SIC celebrou esta terça-feira, 6 de outubro, o seu 23.º aniversário. Após a emissão especial dos programas Queridas Manhãs e Grande Tarde, que juntou os apresentadores Júlia PinheiroJoão Paulo RodriguesJoão Baião e Andreia Rodrigues, as caras da estação cantaram os parabéns e brindaram ao sucesso do canal.




Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa, apagou as vela dos bolo de aniversário.