sexta-feira, 5 de agosto de 2016

João Paulo Rodrigues para a Men's Health

A mudança de João Paulo Rodrigues é incrível. É uma enorme inspiração para todos os que pensam que jamais conseguirão ter um corpo e um estilo de vida saudável. Este desafio mudou realmente a vida do apresentador português. E você pode ser o próximo…

João Paulo Rodrigues para a Men's Health

Porque aceitaste este desafio?
Porque acreditei que, tendo este objetivo, conseguiria obrigar-me a chegar ao fim. Sou facilmente influenciado por pensamentos derrotistas do género: “Hoje não me apetece treinar”; ou “vou fazer esta jantarada só hoje, não é por uma vez que vou estragar tudo” … e por aí fora. Sentir-me completamente bem com o meu corpo, sinceramente, é algo que nunca tinha experimentado… e queria, muito! Achei que este desafio poderia ser “A” oportunidade de o conseguir. Senti que, se me obrigasse, não poderia nunca deixar que nenhum pensamento preguiçoso ou gastronomicamente orovocador, me desviasse do caminho. Pensei: “Agora é que é! É desta que consigo”. E consegui. Sempre acreditaste que ias conseguir? Não! Houve momentos em que me apeteceu desistir de tudo, inventar uma desculpa para não ir treinar, encontrar argumentos para ir com os amigos comer e beber e deixar-me levar pelo “lado negro da força”. “Vá lá, é só desta vez! Se pedires um pastel de nata com o cafezinho não vais estragar nada. Afinal a “nata” - disse um nutricionista uma vez num programa que vi - é o bolo que menos engorda”. Várias vezes tive de imaginar o objetivo a ser cumprido, construindo uma realidade futura e hipotética em que “O” dia chegaria, a sessão fotográfica aconteceria e a capa era vista pela primeira vez…
O que foi mais difícil mudar?
Este desafio obrigou-me a mudar várias coisas a que nunca dei importância e que se tornaram, de repente, fundamentais no meu dia a dia. Os horários das refeições, por exemplo: estar sempre - pelo menos na fase inicial do processo - a olhar para o relógio à espera que a hora de comer chegue; o descanso, essencial para quem está a construir uma estrutura corporal “nova”: deitar cedo e dormir sete a oito horas todos os dias (o que é muito difícil para quem se levanta todos os dias às 06h/06h20, pois lá se vai a vida social e a convivência em família); a escolha das refeições principais e dos lanches intermédios que necessariamente tem de ser feita na noite anterior e que se complicava nos fins de semana porque, normalmente, tenho espetáculos, que fazem esticar o meu dia quase até às 24h; e, finalmente, os treinos: a que horas treinar e como coinciliar com os compromissos profissionais. Com o evoluir do processo, todas estas pequenas (grandes) coisas, acabam por se tornar hábitos assimilados e já nem damos por elas. Tornam-se de tal maneira naturais que se falharmos um passo, ou se acontece algo que nos obriga a virar o dia do avesso, estamos tão “à-vontade” que rapidamente encontramos solução para o “problema”. Aconteceu-me, por exemplo, ter de ir para a cozinha de um restaurante, grelhar uns bifes de peru e cozer feijão verde! Teve de ser! Se não, não comia…

Alguma vez cedeste à tentação? Como e o que fizeste?
Cedi uma vez! Aconteceu durante uma viagem de trabalho aos Estados Unidos. O espetáculo começou cedo, muito cedo, precisamente à hora do jantar! E agora? “Ah, e agora jantamos depois do espetáculo”. “Está boa, sim senhor! Com alguma sorte consigo não desmaiar durante o show!”. Como prometido, jantamos “depois do espetáculo”. O problema é que foi muito depois, tipo 02h30 da matina! Exatamente. Tal e qual. Sentei-me, pedi um peixe (enorme) no forno e, para acalmar o demónio que dentro de mim lutava para não comer este mundo e o outro, decidi beber um copinho de vinho tinto, só para afogar o mau feitio. E que bem que me soube…
Mas, ao longo da tua vida, como tem sido a tua relação com o desporto e com a alimentação equilibrada?
O desporto sempre foi uma constante na minha vida. Com mais ou menos intensidade e com interregnos mais ou menos longos, sempre esteve lá. Pratiquei kickboxing e descobri, por acaso, as Artes Marciais Chinesas (Kung-Fu). Treinei com o Mestre Paulo Araújo da Escola She-Si no Porto cerca de dez anos. Mais tarde, comecei a praticar Krav Maga com o mestre Vitor Martins, que entretanto criou a FPAMI (Federação Portuguesa de Artes Marciais Israelitas). Passei também pelo Aikido e apaixonei-me pelo Jiu-Jitsu, que treinei com o Mestre Manoel Neto (Team Manoel Neto BJJ - Matosinhos) e com o Mestre Arnaldo Alves, quando me mudei para Lisboa. O que foi faltando foi a tal “alimentação saudável”, coisa com a qual, sinceramente, nunca me preocupei. Se calhar porque achava que se fizesse desporto, se treinasse todos os dias, nunca engordaria, seria para sempre um Adónis português! (risos) Mas não foi assim. Se durante um tempo não podia treinar, engordava mais depressa do que conseguia dizer anti-inconstitucionalmente! Verdade. Cheguei a pesar 89 quilos! As francesinhas, os arrozes de cabidela e outras iguarias que adoro, consumidas sofregamente em regulares comezainas com os amigos e os cachorros e hambúrgueres depois de espetáculos, começaram a fazer-se notar em coisas tão simples como apertar os
atacadores dos sapatos! Sentia-me mal.

Sentiste que uma melhor preparação física também te trouxe benefícios profissionais, em termos de concentração, energia no trabalho, etc.?
Completamente. Mais feliz, menos cansado e muito mais concentrado e calmo em todas as áreas da minha vida. A boa alimentação trouxe-me a energia que me faltava e a melhoria da minha estrutura corporal de forma a pôr esta nova energia ao serviço de tudo o que faço.
O que é que a tua mulher diz de ter um homem novo em casa?
Ela acompanhou todo o processo e foi sempre fazendo questão de dizer que estava orgulhosa de mim. É uma das obreiras do “homem novo”. Sem ela, eu não tinha conseguido. E foi aturando o meu mau feitio. Muitas vezes me dizia: “Tu estás de todo, homem”. E tinha razão. Estava mesmo. Obrigado, Amor! Às amigas, diz com satisfação, que agora já tem onde lavar a roupa! (risos)
E o que aconselhas a um leitor que está a ler este artigo e que, tal como tu, também quer começar a mudar?
COMECEM. Se se atreverem a começar o processo de mudança e se se mantiverem leais ao objetivo que definiram, os resultados vão aparecer. Devagarinho, começamos a gostar do que estamos a ver. Mais: os outros começam a notar as melhorias e vão querer saber qual o segredo e, sem nos apercebermos, já somos nós, através do nosso exemplo, que estamos a inspirar outros a começarem. A barriga diminuiu, a estrutura muscular está mais forte e já se nota… “O que fizeste? Estás com um ótimo aspeto!” A energia aumenta, ficamos mais felizes… “Estás diferente, pá!”. Ficamos mais satisfeitos com os resultados e procuramos mais. Queremos mais. E aí entra a alimentação: comer bem. Vou cortar com o álcool, com os açúcares refinados e reduzo os hidratos. A partir das 16h não como mais batatas, nem arroz, nem massas. À noite como uma sopinha (sem batata, nem grão…), grelho um bife (ou dois) de peru e faço uma grande salada. Que maravilha, terminei o jantar e não me sinto cheio, não estou empanturrado até às orelhas de tudo aquilo que o corpo não vai queimar durante a noite. De repente, apercebemo-nos que temos um processo. Uma fórmula que é só nossa, que fomos nós que inventámos, testámos e desenvolvemos, e que até pode nem ser a melhor, mas para nós resulta, porque no início da semana estava com 73 kg e hoje, sábado, baixei para os 70 kg. “E se agora começar a treinar? Sei lá, correr, andar de bicicleta ou inscrever-me num ginásio?”. E é o que fazemos. Começamos a treinar e marcamos na nossa agenda (porque nada acontece se não estiver agendado) aquela hora/hora e meia para irmos queimar mais umas quantas calorias e, sem contar, já estamos tão “vidrados” em atingir o nosso objetivo, que damos por nós no meio de uma aula de Zumba - porque a de Spartans já está cheia - e temos mesmo de fazer qualquer coisinha para “matar o vício”. Saímos do ginásio com aquela satisfação de ter cumprido, de ter treinado, felizes porque não cedemos à imensa vontade de - só hoje - ficar em casa. Não! O treino está feito e “ainda bem que vim”. E dos dois treinos semanais passamos para todos os dias, porque se falhamos um dia ficamos tão chateados que no sábado, antes de ir ter com a malta, temos de ir dar uma corridinha e - pelo menos - fazer uns abdominais.
Portanto, o meu conselho para quem quer começar é: COMEÇAR. Comecem por onde quiserem, mas comecem a fazer qualquer coisa, antes que seja tarde de mais!

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