domingo, 29 de janeiro de 2017

Revista CARAS entrevista João Paulo Rodrigues

– No seu novo programa concilia dois grandes amores: a apresentação e a música. É o desafio ideal para si…
João Paulo Rodrigues – Sim, é. O programa é sobre música, mas eu não canto… Mas espero que lá para o meio me ponham a cantar! E à Cláudia [Vieira] também! [risos] Estou muito entusiasmado por trabalharmos juntos. A Cláudia é uma excelente pessoa e tenho a certeza de que nos vamos dar bem neste desafio.
– E é um programa que passa em horário nobre. Isso causa-lhe alguma ansiedade?
– O domingo à noite é o horário nobre por excelência. Obviamente que as audiências estão sempre presentes naquilo que faço. Contudo, não são a minha principal preocupação. O importante é conseguir ser quem sou: uma pessoa divertida e espontânea. A Júlia [Pinheiro] ensinou-me que cada programa novo é um osso cheio de carne para roer. O outro osso já foi e agora temos de tratar deste. O meu objetivo é divertir-me e conseguir divertir o público. E se isso se refletir em audiências, ainda melhor.
– Da rádio e das bandas de garagem para os programas mais populares da televisão foi um grande salto. Como olha para o seu percurso profissional?
– Não tenho dúvidas de que tive muita sorte. Mas também trabalho muito e aproveitei sempre as oportunidades. Acredito que a sorte acontece quando a preparação encontra a oportunidade. Também me cruzei com as pessoas certas e caí nas graças do público. Grande parte do meu sucesso deve-se às pessoas. Contudo, no meio disto tudo, nunca deixei de ser a pessoa que sou. Por isso é que é tão importante para mim continuar com o Pedro [Alves] na estrada a fazer os nossos espetáculos. Foi isso que me trouxe até aqui e é algo que acaba por ser terapêutico. Durante duas horas digo o que quero, o que me ajuda a eliminar o cansaço que acumulo durante a semana.
– Apresenta um programa diário e outro aos domingos à noite, tem os seus espetáculos de comédia, já deu o salto para o cinema e ainda se dedica à música. Precisa de fazer tudo isto para se sentir realizado?
– Preciso. Em tudo o que faço, acabo por dar o que sou aos outros. São formas diferentes, mas complementares, de comunicar. Se nos espetáculos de comédia sou extrovertido e digo o que me vem à cabeça, na apresentação aprendi a ser um pouco mais contido e a falar sobre temas sérios, o que me faz igualmente bem. Sou uma pessoa muito tímida e sempre me escondi um bocadinho atrás das minhas piadas. O humor protege-me. A música é a minha grande paixão, a seguir às minhas filhas! Vou lançando no meu site e no meu canal de Youtube os meus temas e as pessoas vão conhecendo. Estou a criar reportório para pegar na minha banda e ir para a estrada. Um amigo meu que é psicólogo diz que, provavelmente, sou um hiperativo não diagnosticado. Tenho sempre de inventar coisas para fazer. É assim que sou feliz.
– Para conseguir fazer tudo isto, precisa de ter um grande apoio em casa...
– Sim. A Juliana deu-me a estabilidade emocional de que precisava para alcançar mais coisas na vida. Tinha mesmo de ter uma mulher como ela ao meu lado para me dar toda a liberdade de que preciso. Obviamente que a minha vida familiar sai beliscada, porque passo muito tempo fora de casa. Mas a Juliana é uma grande mulher e tem muita paciência. Se tivesse ao meu lado alguém que exigisse mais de mim, provavelmente não teria chegado onde cheguei. Ou então já não estaria casado. A minha mulher deixa-me ser quem sou. Sou um espírito livre e preciso de ter mundo. Qualquer dia ela manda-me embora! Mas, por enquanto, ainda me atura.
– E a sua filha mais velha, lida bem com as suas ausências?
– Apesar de trabalhar muito, consigo estar todos os dias com a minha família. A Ritinha não me cobra nada. A frase que ela mais ouve é: “Já te disse que te amo hoje?” As minhas filhas são o que de mais importante tenho na vida.
– Entre as obrigações profissionais e familiares, faz questão de ter tempo para si e para os seus hobbies, como o desporto. Esses momentos são também ‘terapêuticos’?
– Esses momentos são essenciais para a minha higiene mental. Preciso de ter esses escapes, em que estou sozinho e não penso em mais nada. Gosto muito de estar sozinho. Lido bem com a minha própria companhia.
– Há muitas pessoas que conhecem o João Paulo de todos os dias? Ou reserva-se para os mais próximos?
– Sou uma pessoa fechada e não gosto de grandes festarolas. Sou muito envergonhado e há pessoas que não percebem isso e pensam que tenho a mania que sou uma estrela. Quando sou abordado na rua fico sem jeito, porque acho que ninguém me conhece. Também não gosto muito de falar sobre mim…
– Para terminarmos, 2017 vai ser o ano de…
– ...muitas surpresas. O meu projeto com o Pedro vai de vento em popa e tenho um novo filme que vai estrear no próximo Natal. Provavelmente, vou também começar os espetáculos ao vivo com a minha banda. Há coisas na minha vida pessoal que quero mudar. São alguns aspetos da minha personalidade que tenho de trabalhar. Sinto que nos próximos anos vou terminar um ciclo e começar um novo.

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